
E hoje, vindo inusitadamente postar numa terça-feira, num horário onde eu estaria comendo meu miojo e vendo tv pra depois enrolar um pouco e dormir, o motivo é alegre e simples: hoje o blog completa 1 ano de vida! Não quero ficar usando de clichês, mas não imaginei que passaria tão rápido. Certas coisas demoram mesmo pra passar e só no fim a gente fala que foi rápido, mas com o blog é realmente diferente: não demorou a passar porque não é de forma alguma chato ou cansativo. Blogar é algo maravilhoso, delicioso e gratificante de se fazer. Sempre soube disso desde que comecei, lá por 2005 (porque blog da Dakotinha em 2002 não conta, conta...?), e durante os hiatus dos blogs que tive, se voltei é porque dava saudade e porque era,
Mas eu tinha um problema: fazia um blog todo lindo, ficava com ele 1 ano aproximadamente, um pouco mais, um pouco menos, cansava, deixava em hiatus e fazia outro. Entre 2006 e 2007 isso aconteceu da última vez, o Fuyu no Tsuki tinha acabado pro Kuroneko começar. E no começo de 2008 o Kuroneko entrou em hiatus. Não digo e nunca pensei no termo "acabar", pois eu sabia que um dia voltaria a blogar, porém não sabia quando. Foram aqueles anos em que a gente vê como a "blogosfera" aos poucos foi mudando (hoje vendo mudanças pra melhor e pra pior, mas trato disso em outro post), e como nós, continuando a mesma coisa, acabamos mudando também. Por isso não digo que o Kuroneko é um blog novo, pois não é. Ele nasceu em 2007, hibernou por três anos e pouco e voltou em 2011. Vejo muita semelhança no que ele era e no que é hoje, e fico feliz por isso, pois constância é uma coisa que admiro, e também, meu blog de hoje não seria o que é sem os que tive ontem. Quem tem blog sabe o amor que devotamos por ele, ou por eles, se já teve mais de um, e como nos faz bem.
Por isso, clichê n° 2 do dia, tenho que agradecer realmente às meninas que me receberam tão bem quando eu voltei, e contribuíram pra que eu quisesse continuar. Às Dan(n)is do Danificável e Tudo Sobre Sentimento, à Lu do Devaneios Aleatórios, Jaque do Nua e Crua, à Jeh do Meine Liege, à Marcela do Marmota Avenue (que não posta desde o ano passado, mas não posso deixar de citar), e tantas outras pessoas que comentaram aqui também, mas especialmente às fofas citadas, meu muito obrigada! :3
Só um adendo: esse blog é pessoal, por mais que seja cheio de resenhas e blá blá. Nos outros blogs, também falava da minha vida pessoal, mas de uma forma diferente. Pra se ter noção, nessa época nem era costume postarmos fotos no blog, muito menos colocar o perfil com uma foto nossa (era tudo combinando com o layout, se alguém mais aí for da época de "blogs de animes" deve lembrar). Falava mais sobre a rotina, acontecimentos mais corriqueiros e tal. Na época o que ocorreu de imensamente terrível foi a morte da minha Serena, a pitbull mais amorosa e amada do mundo, e a mudança da Cynthia, minha (melhor) amiga há quase 16 anos, pra Paranaguá, perto e Curitiba. Lembro que falei desses dois fatos no blog, e como sempre, os comentários ajudaram muito. Eis que ano passado aconteceu algo ruim e trágico demais e que logicamente, seria falado aqui, que foi a partida da gata mais amada do mundo, Catita. Tinha me esquecido de como é bom desabafar no blog, e de como isso realmente nos ajuda. Na época dos outros blogs, fui muito ajudada também, mas senti uma diferença nos comentários sobre a Catita no fato de que hoje quem bloga porque gosta (e não pra ficar famoso ou ganhar produtinhos de beleza e cosméticos com post patrocinado) está mais receptivo pro que lê e mais sincero no que fala. E isso me ajudou demais, vocês não têm noção de quanto, a ficar menos triste sobre o que aconteceu (superar não porque ninguém supera; se supera se separar de alguém, ser demitido do emprego, uma briga feia e essas coisas, mas a morte não é algo superável, sad but true).
Quando se está com vontade de morrer, de sumir e adjacências, saber que pessoas passaram pela mesma situação, ou até pior, ajuda tanto. Não pelo fator egoísmo, mas sim por saber que dá pra seguir em frente apesar de tudo, e que essas coisas acontecem com qualquer um. Então, é pra isso que blogar serve. Não é pra ganhar o que quer que seja, isso é consequência, mas sim pra isso. Falar, ouvir e ser ouvido, sobre qualquer coisa, fazer amizades, isso nos torna melhores. Ou pelo menos ajuda na tentativa. Por isso, só posso rir de quem acha que ter blog é besteira.É sim uma das coisas mais legais que tem pra se fazer. Não é melhor que comer, dormir, mas está no meu seleto Ranking das Dez Coisas Mais Legais. :D
E ah, antes que a cabeça de bagre aqui esqueça, já estou fazendo a versão nova do blog, ficou uma gracinha, só falta ajustar uma parte dos códigos. E sorteio de aniversário, por enquanto não tenho parceria com nenhuma editora, mas tendo ou não, é lóógico que vai ter sorteio, aguardem! Tô preparando um kit super legal! :)
E uma coisa que torna ainda mais legal o aniversário do blog ser hoje: hoje não é simplesmente 8/05. HOJE É OITO DE MAIO, O VICTORY DAY, DIA DA VITÓRIA DOS ALIADOS SOBRE OS NAZI NA SEGUNDA GUERRA(AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA). Dei um ataque dessa vez pois ano passado fui sonsa e simplesmente não tinha reparado nisso. Não vou entrar em pormenores históricos (embora gostaria) pra não esticar o post, mas falarei um pouquinho do quanto isso é importante, ao menos pra mim. Uma das coisas boas de namorar o namorado (gente, ele se chama Layon, acho que nunca falei isso aqui haha) é que abri, ou melhor, ele me abriu os olhos pra certas coisas. Como a Seg. Guerra por exemplo. Leigamente, eu achava tudo chato e sem graça pois guerra pra mim tinha que ser com espada e escudo, achava que a guerra do séc. XX adiante era covarde pelas armas usadas. Não ligo muito pra Primeira, mas a Segunda é realmente digna de ser citada e falada, merece mesmo essa fama que ela tem. Vi muitos filmes com ele, seriados, documentários, li livros por conta própria (Olga é um abuso de tão bom, aliás), e só aí fui tendo um pouco de noção da merda que essa guerra foi.
3° clichê do dia, mas por causa das ambições de um enlouquecido o mundo quase todo se danou e se danaria inteiro se ele tivesse ganhado. Mas não. Sei que a guerra, primeiramente, qualquer guerra, é um conflito de interesses políticos mesquinhos que termina em bagunça, mas a bagunça estava saindo do limite. O Brasil entrou nela pelos Estados Unidos também por motivinhos assim, mas não foram motivinhos que fizeram nossos soldados lutarem e praticamente libertarem a Itália e aguentarem, além do frio sem precedentes, todo tipo de coisa que não precisamos falar pois todo mundo sabe mas nunca vai compreender.
Hoje vi no jornal local uma reportagem sobre a comemoração que teve do V Day em honra aos pracinhas de Juiz de Fora. Um deles disse: "nós não lutamos pra defender o Brasil. Lutamos pra defender o mundo". E isso é uma das coisas que honestamente, mais me enerva nesse país. Ninguém dá o devido valor, ninguém tá nem aí. Os caras saíram forçados daqui, mas ajudaram a libertar a Itália, ajudaram a ganhar a guerra, e a maioria das pessoas SEQUER SABE QUE O BRASIL PARTICIPOU DA GUERRA. Pode até soar um patriotismo às avessas, mas vendo como hoje a maioria do povo brasileiro ignora os heróis (e heroínas, pois foram tantas enfermeiras dedicadas pra lá, pra cuidar de quem nos salvou) que tem (e em breve será "teve", pois estão todos já velhinhos e muuitos já morreram sem qualquer reconhecimento), acho que é porque não os merecemos. Ao contrário do que fazem os outros países aliados, que comemoram bastante a data e valorizam os veteranos como se deve (como as festas da Inglaterra hoje e na Rússia amanhã, cujo desfile é o mais lindo que já vi, realmente emocionante), nós fazemos o que de melhor sabemos fazer: NADA. Sei que isso é em parte culpa do Estado, que vergonhosamente esconde de todos os heróis que o salvaram, e já começou com a política de ir ignorando aos poucos tão logo eles voltaram da guerra. Falam um parágrafo sobre a participação da FEB na guerra em livros de História da rede pública (e a privada não fica atrás), quando muito, fazem apenas comemorações locais e pequenas, não instituem feriado, festividade em Brasília pra ser exibida na tv ou qualquer outra coisa que fizesse esse povo ingrato dar valor a quem os ajudou a salvar. Já vi outros documentários sobre os pracinhas esquecidos, já chorei neles e hoje segurei pra não chorar naquela reportagem rápida. Orgulho pelo que o Brasil teve e vergonha pelo que o Brasil fez. Aqui mesmo na minha cidade tivemos um veterano, Sr. Lacerda, era até avô de um menino que estudou comigo (e amigo de um dos meus bisavôs, soube hoje). Fiquei sabendo dele pelo namorado, infelizmente depois que já tinha morrido. E Carangola segue como se nada tivesse acontecido, com sequer uma rua com o nome dele.
É Brazil, shame on you que adora valorizar futebol, bundas, carnaval e celebridades medíocres, mas ingratamente não valoriza as pessoas que estavam lá pra dar a vida (e tantas deram, realmente) por você.
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FEB na Itália. Obrigada em nome de todos que nunca agradecerão. |
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Hoje é o Dia da Vitória, bebê. |
