
Quando comprei Crepúsculo, em 2008, tinha acabado de ser lançado, e eu achei que era legal e inovador uma temática com vampiro que se apaixonava por adolescente aleatória. Mas o sujeito andava sob o Sol... Ok, relevei, "ele deve ter um ótimo motivo que explique isso", pensei. Sujeito & família não tomam sangue de humanos, mimimi, e sim de animais, pensei que era bizarro e eles deviam ter algum tipo de anemia vampírica por causa disso. Mas aí, em certa cena, o sujeito BRILHAVA NO SOL. Pensei "..........." e ainda relevei (mas com muito ódio no coração por transformarem vampiros em fadas), pois tinha achado o Jacob Black um bom personagem. Acabei comprando a continuação, Lua Nova, justamente por causa dele, e parei por aí. As tentativas de suicídio de Bella e a depressão em que ela entra por causa do namoradinho que a abandou são lastimáveis, nem tive saco pra resenhar. Nunca mais comprei nada, e o filme só aguentei ver o primeiro.
Depois que fiquei sabendo numa comunidade ótima de Twlight haters que tínhamos no Orkut, que no último livro acontecem duas coisas: 1 - Bella engravida. DE UM VAMPIRO. QUE TECNICAMENTE NÃO PODE TER FILHOS. POIS ESTÁ MORTO. (e what, qual a mensagem que a autora quer passar às leitoras adolescentes? "Meninas, depois de casar precocemente ENGRAVIDEM LOGO, ok? Não percam tempo, é a coisa a coisa mais legal a se fazer depois de casar, e afinal, não existem preservativos no nosso mundo, então pra quê se preocupar?" 2 - Jacob, o personagem que eu achava legal, tem um "imprinting" (impressão) COM A FILHA DO CASAL PRINCIPAL, AINDA BEBÊ. Imprinting, ao que parece, na história, é onde o lobisomem, involuntariamente, vê o objeto da impressão e se apaixona perdidamente por ela, sabendo que ela será a pessoa de sua vida inteira, desenvolve um instinto de proteção muito forte pela pessoa, etc etc etc. Outra coisa bizarra esse conceito de lobisomens dela com mimimi de imprinting, pois pra mim lobisomem só os do rpg Lobisomem - O Apocalipse (pois Lobisomem - Os Destituídos é bonzinho MAS NÃO CHEGA AOS PÉS DO PRIMEIRO, WHITE WOLF FELA DA PUTA). Mas enfim, voltando ao imprinting, QUE DIABOS, se apaixonar por um bebê? Daí fui conferir no YouTube essa cena em sei lá qual filme, por curiosidade mesmo, e mostra a filha lá bebê e depois ele tendo visões com ela criança, e adolescente. Mas what, ela sendo filha de uma humana (que virou vampira depois do parto, another bizarre fact) e de um vampiro, ela é uma meia-vampira? E se é meia-vampira, então ela pode crescer né? Então ela vai envelhecer normalmente enquanto os pais vampiros nunca morrerão, ou eles terão que transformá-la em vampira depois? Mas se ela já é filha de um vampiro, porquê teria que ser transformada? E se vampiros não envelhecem, ela deveria ser eternamente bebê, não? OU SEJA, , coerência e coesão, KD? A cada livro a coisa vai ficando pior (fãs, sintam-se livres pra responder a essas questões que ameaçam a paz da humanidade).
Nota: sei que quase ninguém fala de Crepúsculo e livros seguintes hoje, só dos filmes. Mas sei que existem fãs tresloucadas que podem vir aqui e me xingar, só saibam que seus comentários serão deletados. E a quem é, por exemplo, parceira de blog e gosta de Crepúsculo, favor não se ofender ok? É só uma opinião minha (
Editora: Intrínseca
Páginas: 416
Título original: Twilight
Nota: _|_
Isabella Swan chega à nublada e chuvosa cidadezinha de Forks - último lugar onde gostaria de viver. Tenta se adaptar à vida provinciana na qual aparentemente todos se conhecem, lidar com sua constrangedora falta de coordenação motora e se habituar a morar com um pai com quem nunca conviveu. Em seu destino está Edward Cullen. Ele é lindo, perfeito, misterioso e, à primeira vista, hostil à presença de Bella o que provoca nela uma inquietação desconcertante. Ela se apaixona. Ele, no melhor estilo "amor proibido", alerta: Sou um risco para você. Ela é uma garota incomum. Ele é um vampiro. Ela precisa aprender a controlar seu corpo quando ele a toca. Ele, a controlar sua sede pelo sangue dela. Em meio a descobertas e sobressaltos, Edward é, sim, perigoso:um perigo que qualquer mulher escolheria correr.
Crepúsculo é o que eu diria de "não julgue um livro pela capa". Nesse caso, a capa é muito melhor do que o livro inteiro, e por ela ser preta e tudo mais, com vermelho, você logo pensa que é um livro cheio de suspense, terror e mistério, e que vai te prender do começo ao fim.
Bem, graças a Eru não foi o que aconteceu comigo. Não me deixei enganar pela falsa auto-suficiência da inútil, abobalhada e incapaz Bella, e muito menos pelo topete, Volvo prata ou sorriso torto de Edward - que é tudo, menos vampiro.
Pode ter filhos, anda de dia, não toma sangue de humanos e sacia a vontade de sangue com simples ursinhos da montanha, não possui presas, ao invés disso injeta VENENO, é amável e tem uma família linda e feliz que, apesar de ser """"vampira""", leva uma vida normal, com direito a, quem diria, jogos de baseball na montanha! E sequer preciso mencionar o fato bestial e RIDÍCULO de ele brilhar no sol, e depois ainda se dizer um monstro.
Devemos atentar para essa alteração que Meyer fez no mito do vampiro. Alguns podem dizer "ah, os vampiros são dela e ela faz o que quiser!". NÃO, NÃO SÃO E NÃO FAZ. O mito vampírico é algo que vem sendo construído e elaborado há mais de mil anos, e qualquer pesquisazinha no Google vai revelar que sua origem é realmente remota, e não começou com Bram Stoker, como muitos pensam, ele somente condensou o vampiro em algo homogêneo, mas sendo fiel ao que já havia até a época em que Drácula foi escrito. E, até Crepúsculo ser escrito, tínhamos como conceito de vampiro aqueles seres noturnos, misteriosos, que seduzem as vítimas humanas para BEBER SEU SANGUE [e não namorá-las ou casar e ter filhos com elas], só andam à noite, possuem PRESAS, dormem de dia e não costumam sair ao Sol, e a MÍNIMA e momentânea exposição a ele vai machucar, e muito, pra não dizer que se ficarem expostos por pouco menos que alguns minutos, vão virar pó ou cinza na hora, como queiram. Era esse o conceito de vampiro que tínhamos, que o mundo inteiro tinha. Stephenie Meyer veio e mudou isso - seus vampiros são mocinhos bonitos que brilham no Sol. Pra mim isso não é vampiro, ou alguma mudançazinha porque ela tinha o direito de fazer ou coisa parecida. Pra mim é um desrespeito a séculos de literatura sobre vampiros, e mais ainda a mais de mil anos de construção de uma lenda que se tornou consistente nos dias de hoje, para que ela viesse e estragasse tudo como quis, e fez. Se alguém não compreende, peguemos a lenda do Saci-Pererê. Negro, carapuça vermelha, cachimbo e pula de uma perna só. Se surgisse algum escritor sem o mínimo escrúpulo e escrevesse livros nos quais o Saci não fuma, tem duas pernas e é loiro, não seria o Saci. Ou alguém que escrevesse um livro em que Papai Noel é um menino novo, que tem um trenó puxado por galinhas, e não dá presentes às crianças no Natal, mas os toma, não seria o Papai Noel. Pois é, logo, os vampiros de Meyer NÃO SÃO VAMPIROS.
Não, não me enganou. Tudo o que vi nesse livro foi um machismo extremo, camuflado pela gentileza, beleza e dinheiro desse metamorfo chamado Edward, combinado à falta de personalidade de Bella, que tem a capacidade de tropeçar nos próprios pés e esquecer de como se respira - e como se não bastasse, apesar de ser uma mosca-morta, todos os garotos da escola nova ainda se apaixonam por ela, uau! Pra mim isso é falta de coerência. É alienação e lavagem cerebral, camufladas numa narrativa digna de diário de menina de 12 anos, que cativa as desavisadas e sem personalidade literária formada. Eu realmente me preocupo porque essa geração que cresce lendo Crepúsculo, como ainda está na formação de sua personalidade, talvez aja como Bella, abandonando a família, amigos e tudo o que é importante, num comportamento extremamente egoísta e incondizente com a maturidade que ela diz ter, para viver um romance com um desconhecido.
O único ponto positivo do livro [pelo menos um, né] é Jacob Black, o amigo-lobisomem de Bella. Fiquei satisfeita porque além da tresloucada autora não ter mexido muito nas lendas de lobisomens, fez pelo menos UM personagem fantástico mas próximo da realidade, e não alguém que agisse feito um demente machista atrás de sua amada. Jacob é risonho, simpático, engraçado, prestativo, animado e inspira confiança, o amigo, e futuro namorado que toda garota poderia querer. Mas não Bella. Bella preferiu Edward, que é como um piso de banheiro: branco, duro, frio e brilha. Ela preferiu Edward, que tem um Volvo prata e uma mansão na floresta, com uma família linda, e não Jacob, que mora numa reserva indígena numa casinha pequena com uma família igualmente pequena. Ela preferiu Edward, de quem ouve frases dignas de músicas de Reginaldo Rossi, e com quem troca os diálogos mais idiotas do mundo, o que é uma afronta à inteligência do leitor, como no célebre "e o leão se apaixonou pelo cordeiro...", dito por Edward, seguido por um "Que cordeiro idiota!" Mas concordamos Bella, é ótimo que você assuma sua idiotice, porque nós já sabemos.
Stephenie Meyer abocanhou sua - grande - fatia da torta que é o mundo literário nesse best-seller feito para adolescentes, e se eu não soubesse que a autora tem mais de 30 anos, diria que é feito POR uma adolescente, pois é assim que me soa. Um romance escolar despretensioso à primeira vista, com a heroína meio boba se apaixonando pelo mocinho belo, romântico, misterioso e rico; um prato cheio pra qualquer leitor desavisado.
Mas há que se ter atenção ao ler os livros da autora, e não se deixar levar pelo Volvo prata ou pelas juras de amor cafonas que camuflam uma obsessão doentia pela amada.
Posso dizer que Crepúsculo [e seu adjacente, porque só consegui engolir esse livro indigesto até Lua Nova] é tão bom quanto uma injeção na testa, e tão profundo quanto um pires. Só que não dizem "de graça até injeção na testa"? Pois pra mim, Crepúsculo nem de graça.
Não ia colocar essas imagens engraçadas durante a postagem, mas como tenho uma pastinha com algumas aqui, não resisti, sorry se o post ficou meio bagunçado. A do Louis e Lestat eu necessitei fazer. ♥
Bônus: Twilight Fangirl Bingo - Blade de novo - O que os vampiros de Anne Rice diriam - SPARKLE POWEEERRRRRRR - True love - Então comofas pra ter filho?
Bisous!
