AI GENTE. Fiquei muito away do blog esse mês por motivos de FAZER PROJETO DE MONOGRAFIA. Mas fiz tudo em um dia só, thanks Goddess (e ao namorado). Então, atrasadamente venho trazer a resenha de O Nome do Vento, cortesia da sempre maravilhosa Editora Arqueiro.
Autor: Patrick Rothfuss
Editora: Arqueiro
Páginas: 656
Nota: ★★★★
Da infância numa trupe de artistas itinerantes, passando pelos anos vividos numa cidade hostil e pelo esforço para ingressar na escola de magia, O nome do vento acompanha a trajetória de Kvothe e as duas forças que movem sua vida: o desejo de aprender o mistério por trás da arte de nomear as coisas e a necessidade de reunir informações sobre o Chandriano - os lendários demônios que assassinaram sua família no passado.Quando esses seres do mal reaparecem na cidade, um cronista suspeita de que o misterioso dono da hospedaria, Kote, seja o personagem principal de diversas histórias que rondam a região e decide aproximar-se dele para descobrir a verdade. Pouco a pouco, a história de Kvothe vai sendo revelada, assim como sua multifacetada personalidade - notório mago, esmerado ladrão, amante viril, herói salvador, músico magistral, assassino infame. Nesta provocante narrativa, o leitor é transportado para um mundo fantástico, repleto de mitos e seres fabulosos, heróis e vilões, ladrões e trovadores, amor e ódio, paixão e vingança.
![]() |
Quer ganhar essa capa pra livros linda? Veja como aqui! |
Primeiro comentário: CHEIRO DELICIOSO ♥♥♥ Já tinha visto esse livro num café da minha cidade (aqui só tem ele e mais um outro onde vendem livros, olha a situação...), mas foi em 2011 ou 2010, sei lá, e acho que a edição era diferente, com aquele papel amarelado fininho e mais leve que tem um pouco de cheiro de jornal. Mas essa edição novinha foi devidamente MUITO cheirada, porque o papel é aquele também amarelado mas diferente, que faz o livro ficar mais pesado MAS É MAIS CHEIROSO TAMÉM, entonces não ligo de ser pesado haha.
Tinha pegado e não me interessado, mas li algumas resenhas animadoras, vi a nota boa no Skoob e acabei escolhendo ele quando fui solicitar um novo livro pra resenha. Então, tentarei ser rápida porque o livro é imenso...
O Nome do Vento é o primeiro livro de uma trilogia (o 2° volume já foi lançado faz tempo) chamada As Crônicas do Matador do Rei. O subtítulo "Primeiro Dia" é devido ao fato de Kvothe, ou Kote, como se disfarça, contar sua história a um escriba. Três dias ele leva contando, e cada livro é um dia.
A história de Kvothe conta a sua infância com os pais e sua trupe andarilha, os Edena-Ruh. Misteriosamente todos são assassinados e mais tarde ele descobre um motivo: O Chandriano, um terrível grupo demoníaco e MUITO, irracionalmente mau, que todos achavam ser lenda.
Da infância pobre e órfã, Kvothe consegue ir para a Universidade a fim de estudar e se tornar arcanista. O esquema todo da Universidade e das simpatias achei bem legal e MUITO complexo. Não é de surpreender que o autor tenha levado 7 anos escrevendo este primeiro livro... Há matérias que ele próprio inventou, explicações científicas e mais um monte de coisas que dão veracidade e realismo à tudo.
Na Universidade Kvothe tentará descobrir mais sobre o Chandriano e fará amigos. Gostei muito deles e de sua relação com Kvothe, só acho que poderiam aparecer mais.
Entre tudo isso, as qualidades de Kvothe se destacam (e isso é meio chato): ele é absurda, imensa e surtadamente inteligente. Além disso, tem um talento sobrenatural para música. Faz sucesso com as mulheres mesmo não tendo qualquer experiência, é todo corajoso, espertalhão e coisa e tal. Como se não bastasse, tem incríveis olhos do verde mais verde que, king of all clichês, MUDAM DE COR (isso não existe gente...), e cabelos mais vermelhos que fogo e blá blá blá. Porém ele não é exatamente metido demais, não se acha, e isso acaba fazendo não tomar raiva pelo personagem. Tem também o fato de ele viver se ferrando (e antes de entrar na Universidade, muito muito muito e demais), dá uma certa pena e se fica o tempo todo pensando: "MODAFOCKA, como pode???!!!"
Daí quando ele entra na Universidade o aprendizado das matérias é o mais legal. Uma delas, a Nomeação, consiste em descobrir o ~real~ nome das coisas, e assim controlá-las de verdade. Daí vem o nome do primeiro livro... O que eu acho que não casou tão bem porque eu queria que essa disciplina tivesse aparecido mais, mas enfim.
Um dos professores que a ensina, Elodin, foi um dos meus personagens preferidos do livro, assim como Bast (seulymdo!), um discípulo de Kvothe, pertencente a uma raça mágica e perigosa, que mora com ele na taberna. Kvothe não é taaanta coisa, assim como as personagens mulheres, que achei todas bobas, caidinhas pelo Kvothe (uma se jogando e outra enrolando) e sem motivação. Denna, a que fica enrolando, aliás, é a que me deu mais raiva e que, infelizmente, mais apareceu. É o tipo de garota chata que sabe que o cara gosta dela, gosta dele de volta mas fica enrolando e não dá confiança. A Auri, a menina misteriosa que mora no subterrâneo da Universidade, é até legalzinha, mas infelizmente não aparece tanto.
Na verdade o que notei foi que nenhuma mulher tem papel muito relevante na história (exceto Lyra, uma personagem de uma lenda religiosa antiga)... Todos os professores são homens, Kvothe é homem e com 99% de amigos homens, seu principal inimigo, Ambrose, é homem, e ele procura pelo Chandriano, que me pareceu um grupo formado só por homens.
Tirando isso, que me incomodou bastante, é um ótimo livro, com muita ação, sempre te deixando na expectativa. Os capítulos são curtos então a leitura flui leve e rápida. Só fui achar que tinha um pouco de enrolação lá pelo fim quando ele e Denna, depois de investigar mais sobre o Chandriano, acabam fazendo uma caçada a uma outra coisa (essa parte toda achei totalmente desnecessária).
Mas a parte da religião é muito bem desenvolvida, com históricas bacanas (apesar de eu ter achado muito parecida com a história de Jesus) e criativas. Além desse desenvolvimento, tem toda uma parte política, histórica e sociogeográfica, um calendário completo e um sistema monetário bem complexo, mas nada que torne chata a leitura, pois as informações vão sendo acrescentadas aos poucos na história, e há mais no apêndice de 1 folha no fim do livro.
Como se não bastasse toda a parte bem construída e complexa, além de ter me deixado muito curiosa sempre querendo ler pra ver o que aconteceria, o autor escreve de maneira LINDA. Putaquepariumente linda! Às vezes soava tão poético, com uma sensibilidade, que parecia até uma mulher escrevendo haha... O invejei profundamente e com certeza toda essa poesia faz da leitura de O Nome do Vento uma experiência, apesar de alguns defeitos, muito prazerosa (além de contar com várias passagens irônicas e engraçadas). Eu não sabia o que estava perdendo demorando tanto tempo pra lê-lo, e agora não vejo a hora de pegar a continuação! *_* A história, com tanta complexidade e um mundo REALMENTE bem construído, acaba tendo mais força que os personagens em si, e te faz querer ficar ao lado de Kvothe pra saber mais sobre o Chandriano (esse troço me deu medo de verdade...) e como vingar seus pais e o resto da trupe. Ler O Nome do Vento dá a sensação de ser englobada num mundo de informações e coisas totalmente novas, uma aventura mesmo. Posso ter a ousadia de comparar com O Senhor dos Anéis e As Crônicas de Gelo e Fogo na questão da complexidade do mundo criado, com a diferença que Kvothe é o personagem principal, e não há foco separadamente nos secundários.
Estou ansiosíssima pra ler o segundo volume, chamado O Temor do Sábio, porém temo que ainda vá demorar um pouquinho por causa da fila literária física (3 livros + releitura dos 4 As Brumas de Avalon) e mais a de lista, que é imensa.
Quem tiver parceria com a Arqueiro então, NÃO HESITE em pedir O Nome do Vento! *_* É aquele tipo de livro que ainda na metade você já vai ficar se perguntando porque não leu antes...
Bisous!