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Resenha: Paganus + lançamentos Editora Arqueiro

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Olá pessoas :) Hoje temos a resenha do aguardado Paganus, que me foi enviado em cortesia pela Simone, a autora desse livro absurdo de bom, e alguns dos lançamentos da Editora Arqueiro.

Autora: Simone O. Marques
Editora: Modo
Páginas: 372
Nota:  ★★★ 
Portugal, 1673. Duas mulheres de ascendência celta e um bebê recém-nascido enfrentam a perseguição da Igreja contra hereges pagãos. Obrigadas a deixar sua aldeia, ajudadas por um jovem cristão, partem em busca de um lugar onde possam cultuar seus deuses livremente. Em meio a sua fuga descobrem que a Grande Mãe tem uma missão para eles e que os levará a lugares inesperados e a uma desconhecida Terra Nova.








Esse é mais um dos livros que não sei por onde começo a falar, de tanto que gostei, e aqueles que depois que se acaba de ler, a história permanece por semanas na sua cabeça. Eu não disse dias, eu disse semanas, porque é isso mesmo. :)

Primeiro acho que é fundamental dizer que, em se tratando de celtas e pessoas com descendência celta, esse enredo é simplesmente genial e original, algo que não se vê muito por aí, e no entanto é importantíssimo para a compreensão maior da formação do nosso país.
Pois bem, a maioria dos celtólatras doidos daqui do Brasil sabe tanto, mas tanto dos celtas (e nessa maioria eu não me enquadro, thanks Goddess), que ignora que a Gália NÃO É só França e regiões adjacentes & Irlanda. As Ilhas Britânicas também fazem parte, gente! E mais do que isso, a Península Ibérica quase toda também faz parte. E com isso eu digo um bom pedaço da Espanha e uma parte maior ainda, tipo, 90% de Portugal. Pra melhor compreensão, veja esse mapa. E daí se conclui que grande parte da população antiga de Portugal, como a do séc. XV, quando se passa o livro, e ainda uma boa parte da de hoje, é formada por pessoas de ascendência celta.
Isso eu já sei há uns dois anos, quando comecei a estudar direito os celtas, mas um livro com essa temática, e ainda por cima nacional, é algo novo e que deveria ser anunciado aos quatro ventos *-* Até mesmo um dos meus sobrenomes, o "Pereira", fui pesquisar direito outro dia e vi que vem lá do norte de Portugal, onde teve a maior concentração de descendentes de celtas, e até de pertinho de Trás-os-Montes, de onde a família do livro veio hehe.
Ou seja, nada de ficar desmerecendo Portugal (que obviamente, teve suas merdas, como todos os países, mas teve um passado muito legal que a maioria não sabe) e desmerecendo o fato de você ter sangue português, porque, se for admirador dos celtas, como eu, pode acabar tendo uma grata surpresa ao saber que você também tem um pouquinho, uma quantidade ínfima, mas ainda assim, alguma coisa, dessa civilização.

Me apaixonei por essa capa desde a primeira vez que vi *o*
Então, feitas essas considerações, vamos à resenha em si. A história que a Simone criou é maravilhosa, com personagens que se distinguem entre si, não tem um que se pareça com o outro. Tudo começa mostrando a história da família Couto, e a grande diferença entre seus herdeiros, os gêmeos Diogo e Douglas, totalmente idênticos na aparência, mas diferentes em todo o resto.
Eles crescem, e aí, para tentar mudar a personalidade "fraca" de Diogo, o pai, Dom Couto, decide levá-los, a serviço da Igreja Católica, para a Vila dos Canetos, para "converter para a verdadeira fé" uma certa aldeia pagã que insistia em continuar. Depois de lá chegados, muitas coisas mostrando a tarefa de Dom Couto (que Douglas se empenha pra cumprir da "melhor forma") acontecem.

Autografadíssimo, yay!
De outro lado da história, Adele, uma jovem pagã de 17 anos está quase dando à luz. O destino dela e de Diogo, já há algum tempo na Vila, se entrelaçam de repente, quando ele vai, obrigado pelo pai e junto com ele, converter a tal aldeia pagã, a de Adele e de sua mãe Gleide, a líder de lá. Com isso vocês podem imaginar a conversão né? Igreja Católica, Inquisição, Portugal... Pessoas eram torturadas, batizadas espontaneamente (depois de muita tortura) ou simplesmente queimadas. O que acontece na aldeia de Adele e Gleide é um verdadeiro massacre, e Diogo é levado a ajudar e protegê-las depois que o pai da filha de Adele morre pelas mãos de Douglas. Diogo abandona tudo e segue com elas, achando que o irmão tinha se enganado e o matado, e principalmente, por não concordar com o pai e com o modo daquela religião sendo imposta à força e com tanta violência e morte à pessoas simples, que não representavam mal algum.


E aí a história se desenrola, mostrando o início do amor de Adele e Diogo, com as devidas interferências de Gleide, que não consegue aceitar a filha "dar seu coração" a um homem, quando na verdade os acha inferiores às mulheres e não se importa em dizer isso ao próprio Diogo, por mais de uma vez. Desse ponto em diante, há também a adaptação da vida deles e de Daniele, tentando as mulheres se passar por cristãs, pois a perseguição aos pagãos, infelizmente, estava muito longe de terminar.


Depois, a segunda parte do livro se foca mais em Daniele, a filha de Adele. Criada também de acordo com a Antiga Religião, a avó Gleide sempre soube que à neta caberia um destino grandioso, que não deixaria sua religião e sua linhagem morrerem, mas que Daniele teria que descobrir por si própria. E então ele é revelado. Bem, já deve dar pra sacar o que é se você leu o post desde o começo, mas não vou falar hoho. Depois de Daniele encontrar Guilherme, que, aparentemente, a ajudaria a cumprir seu destino, e o acontecimento de coisas que pareciam não interferir em muita coisa, o destino de Daniele... BEM, NÃO VOU FALAR D:
Só digo uma coisa: AI ANTÔNIO ♥ ♥ ♥ ♥ 

Agora alguns pontos que eu gostaria de destacar no livro (adoro fazer tópicos dentro de resenhas...):
  • Gleide foi feita pra criar polêmica e baphón. Li outras resenhas por aí, a maioria criticando-a, e realmente, durante o livro passamos por poucas e boas com ela... Mas no fim, pelo que acontece, acabamos gostando dela, entendemos alguns propósitos e tal :( Mas mesmo assim, algumas atitudes, penso eu, não são tão justificáveis... Como a Adele aguentou a mãe fazer aquilo com a própria filha, pelos deuses...
  • Falando em Adele, eu achei ela meio bobinha quando nova, mas definitivamente a evolução dela é notável, e ela está muito mais legal depois de "adulta" e com a Daniele já maior também. E falando em Daniele... This is my kind of girl! Que garota porreta, adorei! :D E ainda fez a escolha certa no fim, achei que fosse terminar de um jeito mas terminou de outro muito melhor hoho *-*
  • Porém, falando ainda nas mulheres, a única coisa que me incomodou um pouquinho é a gravidez precoce: Adele com 17 anos e tal... Eu sei que aquilo ia pelo contexto social da aldeia onde elas viviam, mas se os relacionamentos eram abertos de modo que a mulher podia manter relações sexuais sem estar noiva ou casada, certamente havia algo pra que ela também não engravidasse por acidente, imagino eu... Já li sobre ervas que têm essa função. Sei lá, mulheres muito românticas achariam isso lindo e maravilhoso, como Daniele achou, já se fosse eu, com 17 anos... MANO, eu ia dar um CHILIQ, aloka huauha.
  • E falando em chiliq... Eu dei um lendo certa cena lá, e eu DESAFIO qualquer um a lê-la e não chorar... Mas gente, não é chorar, é chorar DEMAIS, MUITO, DESESPERADAMENTE, de soluçar sabe? Daquele tipo em que você sabe em qual filme, qual livro ou anime ou mangá chorou daquele jeito, porque é o choro mais terrível que se pode chorar lendo ou assistindo algo, mas também é o mais verdadeiro, porque por segundos você sente como se fosse você no lugar do personagem e tal... GENTEEEEEEEEEE Ç__________Ç ASHGFHGSGHAHGDHG não gosto nem de lembrar da parte do livro, socorro.
  • Esperava mais de Douglas, o gêmeo do Diogo. Acho que os YAs mal-acostumam a gente com esse negócio de irmão bonzinho/irmão bad-boy, então achamos que SEMPRE vai ser assim e que não existe cara gacto e mau de verdade nesse mundo. Eu tinha esperanças de que ele fosse melhorar, de que não fosse tão ruim assim, mas no fundo eu sabia que era e o peste não iria mudar... Então certa decisão que o Diogo toma e que tem a ver com o irmão quase me fez jogar o livro pro alto e rolar pelo chão de tanto nervoso.
  • O irmão mais novo de Daniele, Mateus (mas Angus, o nome celta com que o batizaram, é MUITO mais lindo, obviamente), filho de Adele e Diogo, foi uma grata surpresa, porque não é uma criança chata, irritante, chiliquenta e whatever. Adorei a clara evolução dele também, se mostrando corajoso, e o companheirismo que dele com a irmã. E algumas cenas dele me davam MUITA PENA ;__;~ Mas tenho altas expectativas pra esse moleque no próximo livro :D
  • Adele e Diogo, AI CASAL FOFO  Como eu disse, não gostei muito dela no início, mas o crescimento é notável, e ela e Diogo também achei meio sem gracinha no começo, mas com o passar da história, GENTE, SÃO MUITO FOFOS OS DOIS, amei, amei e amei, do começo ao fim.
  • Não poderia deixar passar batido o cuidado da Editora Modo com o projeto gráfico do livro. É todo lindo, a começar pela capa, o miolo com as queridas folhas amarelinhas que são mais agradáveis aos olhos para a leitura, passando pelas imagens da capa em p & b no começo do livro e também de cada capítulo, fora o cheirinho maravilhoso... Simplesmente de babar *O*

Bem, a lista ficou maior do que eu pretendia, mas ao menos a resenha ficou pequena (estou FINALMENTE conseguindo fazer resenhas menores, thanks Goddess!). De qualquer forma, não tem como falar pouco desse livro, que qualquer pessoa que diga gostar dos celtas ou da história da formação do Brasil, simplesmente DEVE LER. Não consigo tirar a história da cabeça até hoje, e é o tipo de livro cuja leitura te muda, sinceramente,
Pra quem gostou, ficou curiosa, keep calm e aguarde o mês que vem porque vamos ter SORTEIO DO LIVRO (e de mais marcadores que a fofa da Simone mandou)! 

Marcador autografado! 

Lançamentos da Editora Arqueiro

E agora, alguns lançamentos da Editora Arqueiro. Romances de época! Muita gente já deve ter visto por aí, mas resolvi colocar aqui porque fiquei bem interessada neles.
Minha história com romances de época é a seguinte: em 2011, alokamente resolvi comprar um kit com 3 e um medieval separado. Um dos do kit, chamado Persuasão, não consegui passar do começo, muito chatinho. Mas os outros dois foram legais, e o medieval mais ainda (a época e a ambientação na Irlanda minpegaram); a maioria das protagonistas que conheci bota a maioria das protagonistas de YA no chinelo e nos 3 que li me deparei com várias cenas com diálogos engraçados ou com ironia bem construída. Então quando vi que a Arqueiro lançaria romances de época, procurei por resenhas deles no Skoob e fiquei muito feliz ao ver tantos elogios *-*~ E melhor ainda são as edições, nada daqueles livrinhos pequenininhos, sem graça, de capa duvidosa e com papel ruim e fedorento das bancas. 




Eu achei que todos parecem bons, mas fiquei particularmente interessada em O Duque e Eu e Desejo à Meia-Noite (meio cigano, meio irlandês? NÃO FAÇA ISSO, AUTORA). Assim que ler algum (não sem antes ler meu querido, aguardado, esperado e desejado O Destino do Tigre AAAAAAAAAAAAAAH ) claro que resenho aqui.
E vocês? Alguém aí já leu romances históricos? Gostou? Acha ruim e nunca leu? Contem tudo \o/
Bisous!


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